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Vanessa Grazziotin: O PCdoB é o partido das mulheres e contribuiu para muitas conquistas

22 fevereiro, 2016

A senadora Vanessa Grazziotin esteve em Salvador no último final de semana, para participar do Seminário O emancipacionismo e as políticas públicas para as mulheres, promovido pela Secretaria Nacional da Mulher do PCdoB, e deu uma palavra com a reportagem do PCdoB Salvador. Ela destacou o protagonismo do Partido Comunista na luta nacional em defesa dos direitos da mulher e do reconhecimento de gênero, enumerando alguns dos avanços pelos quais os comunistas são responsáveis. Confira a entrevista.
 
Qual o papel do Partido Comunista do Brasil na luta de gênero?
O PCdoB tem se dedicado muito à inserção das mulheres na política e na vida real da sociedade, através da luta de gênero e contra a discriminação. Isso já historicamente, porque somos um partido de classe e temos consciência plena de que só haverá avanços possíveis quando as mulheres estiverem plenamente inseridas na sociedade e de que não haverá justiça social enquanto houver opressão de classe e da mulher pelo homem.
O mais importante é que o aprendizado que a gente tem com a teoria, a história, a gente tem uma aplicação muito prática e que tem trazido resultados positivos, fenomenais, para o Partido. Não é uma questão casual. Há bastante tempo, somos um partido com mais mulheres em sua bancada parlamentar. É um reflexo de uma consciência e prática interna que nós temos. A política de cotas é muito recente e a gente, bem antes, já tinha uma presença feminina significativa. Somos mulheres formadas nas fileiras partidárias desde a juventude. É o meu caso, o da Manuela, da Luciana, da Jô, da Alice.
Hoje, por exemplo, os partidos têm de aplicar o mínimo de seu fundo partidário na formação de mulheres, bem como um tempo de televisão mínimo que tem que ser ocupado por mulheres. Propostas nossas. Alice Portugal era líder da bancada feminina em 2009, quando a gente conquistou isso.
Agora, mais recentemente, tivemos novas conquistas, como a propaganda institucional do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mostrando a ausência da mulher na política e como ela deve estar presente. Fomos nós que protagonizamos. A bancada do PCdoB no Congresso, não só de mulheres, mas dos homens também. Por isso, temos muito o que nos orgulhar de nossas mulheres. Não tenho dúvida: essa luta correta e justa é que trará cada vez mais mulheres valorosas e dispostas a lutar em nossas fileiras.
Qual a importância de o Partido Comunista no Brasil ampliar o debate sobre emancipação e políticas públicas para as mulheres?
Este encontro é um momento de preparação e formação, extremamente participativo. Temos aqui militantes do movimento feminista nos sindicatos, na juventude, no patamar institucional e no parlamento. E essa diversidade e dedicação nos colocam em destaque. Eu diria que o PCdoB hoje é conhecido não só como o partido da Juventude. De fato somos da juventude. Mas, somos o partido também das mulheres. E, é preciso reconhecer, temos tido um protagonismo fenomenal nos direitos conquistados nos últimos tempos. Não são direitos profundos, mas muito importantes. Então, muita coisa a gente deve ao Partido Comunista do Brasil.
Enquanto as mulheres não estiverem empoderadas, os homens vão continuar decidindo. E nunca decidindo em favor de nós. Então, a luta pelo empoderamento deve assumir um papel de destaque na nossa pauta política e na luta contra a discriminação de gênero.
 
De que maneira essa questão da emancipação e do empoderamento reflete no pleito de outubro próximo?
Nós temos uma cota a cumprir e devemos nos esforçar para isso. Não com o sentimento da obrigatoriedade. Mas, na prática. Porque, muitas vezes, temos muita mulher valorosa, mas ela, por temor, deixa de querer participar. E o partido tem que dar essa força, tem que ajudar.
A gente vai viver uma eleição muito diferente das anteriores. O tempo de propaganda eleitoral na televisão diminuiu muito, o período de campanha também, e não é mais permitido doação empresarial. Então, temos que aproveitar esse novo modelo – apesar de não ser o modelo que a gente quer, mas já se aproxima – e acabar com esse negócio de empresa privada eleger parlamentar.
É claro que a possibilidade da ilegalidade e do caixa dois existe, mas temos que encontrar um meio de fazer com que isso pese menos. Então, este seminário aqui ajuda muito a preparar as fileiras para as próximas eleições, principalmente nós mulheres.
 
Como vê a pré-candidatura de Alice Portugal à prefeitura de Salvador, este que é um projeto nacional?
No meu ponto de vista, este projeto nacional já chega bem amadurecido. Porque a Bahia tem um dos partidos mais expressivos do país. Temos uma bancada pequena de parlamentares na Câmara Federal, e este estado contribuiu com três quadros. Não é qualquer estado. É o que tem uma história profunda e longa do partido com a sociedade, com o povo. Eu creio que o PCdoB, nacionalmente, não só do ponto de vista local, tem que contribuir para que isso se viabilize.
Diante das novas regras eleitorais, a gente precisa ter uma coligação que possa sustentar a candidatura de Alice. Porque, só o partido, no meu entendimento, não é o suficiente. A gente não tem apenas que ter bons candidatos. Eles precisam mostrar que são bons para a população. Então, vamos trabalhar em uma coligação.
Vejo que a nossa presidente e o secretariado nacional estão muito envolvidos em buscar essa aliança para viabilizar a candidatura dessa mulher valorosa e combativa que é Alice Portugal. E, tenho certeza, a partir do momento em que a Bahia enxergar Alice, ver Alice, a Bahia vai com Alice. Salvador vai com Alice.

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