Mesmo sem ter um Plano Diretor de Mobilidade Urbana, responsável por articular todos os modais de transporte, equipamentos e meios de transporte de Salvador e RMS, e sem um Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, o prefeito ACM Neto insiste em promover uma licitação para o transporte público coletivo de Salvador agora. O processo licitatório teve andamento nesta segunda-feira (14/07), com a abertura das propostas das empresas que se apresentaram para concorrer. No total, três serão contempladas. O resultado está previsto para ser divulgado em até oito dias.
O problema é que a concessão prevista paras as empresas que vencerem é de 25 anos, e a modalidade de licitação por outorga, como é o caso, só favorece o empresariado do setor. De acordo com a vereadora Aladilce Souza, o edital não leva em conta normas federais de acessibilidade. Além disso, o critério de menor tarifa não é levado em consideração. Diante disto, o Ministério Público foi acionado, para que tome providências devidas para garantir a qualidade do transporte público em Salvador.
Para a vereadora, o processo deveria ser melhor debatido e analisado com a população, principal interessada. Nem se quer os itinerários foram discutidos, para que ofereça melhorias no fluxo e na agilidade do transporte. Sem contar que os conselhos municipais de Transporte e da Cidade não foram consultados.
“Por que não fazer uma licitação para permissão para administrar o transporte público da cidade por um ano, e, somente após aprovação do novo PDDU e Plano de Mobilidade, implantar um contrato mais longo com o empresariado? Queremos um transporte de qualidade, que respeite as leis e garanta a participação da população no processo”, diz Aladilce.
A imposição do prefeito reforça a sua postura autoritária, de não pensar nas melhorias para a população, mas apenas nos interesses do empresariado. Vale lembrar que esta não é a primeira vez que o prefeito utiliza o método rolo compressor para ver suas questões agilizadas.