Uma reportagem do jornal A Tarde apontou que, de 2015 até agora, a receita arrecadada pela Prefeitura de Salvador com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) quase que dobrou, saltando de cerca de R$ 472 milhões para R$ 712 milhões. As sucessivas altas sobre o tributo começaram em 2013, no primeiro mandato do então prefeito ACM Neto (UB).
Naquele período, a gestão municipal alterou a Planta Genérica de Valores (PGV) de Salvador, que é um dos instrumentos utilizados para determinar o preço do metro quadrado das regiões da cidade e consequentemente o valor cobrado pelo imposto. O problema é que essas mudanças vieram com o que os especialistas ouvidos pelo jornal classificam como distorções e aumentos exorbitantes.
A problemática política tributária iniciada com ACM Neto continua na gestão do sucessor e aliado Bruno Reis (UB). Para se ter uma ideia, no início deste segundo ano do mandato de Reis, os contribuintes de Salvador se depararam com um aumento de 10,7% no IPTU.
O líder da Oposição na Câmara Municipal de Vereadores, Augusto Vasconcelos (PCdoB), tem denunciado as distorções tributárias na capital baiana. Segundo ele, a falta de critérios nos aumentos da arrecadação do IPTU na cidade tem penalizado muito a população, resultando em fechamento de empresas e em perda de empregos.
“Desde as alterações promovidas na gestão ACM Neto, as injustiças [na arrecadação do IPTU] se acumulam. Como se justifica imóveis de um mesmo padrão construtivo, dentro do mesmo condomínio, pagarem valores até sete vezes maiores? O prefeito tem que explicar”, cobrou o vereador do PCdoB.
Augusto Vasconcelos garantiu que vai continuar na luta, ao lado do movimento IPTU Justo Salvador, para que a cobrança do imposto seja compatível com a realidade da cidade.