O PCdoB de Salvador deu um passo histórico e importante com a criação do Coletivo de Luta Anticapacitista. A cerimônia de instalação aconteceu na noite desta quinta-feira, (03), no auditório do Sinpojud, em Nazaré, e reuniu pessoas com deficiência, convidados e militantes que lutam para promover igualdade de acesso, mobilidade e oportunidades.
Na ocasião, a presidenta do Comitê Municipal, Aladilce Souza, falou da importância da luta conjunta e chamou a atenção para a participação da militância neste processo que exigirá esforço coletivo. “O Coletivo Anticapacitista do PCdoB vai reunir de maneira organizada as pessoas com deficiência para lutar pelos seus direitos, por inclusão, contra o preconceito, contra a discriminação e para garantia de políticas públicas que façam com que estas pessoas sejam incluídas socialmente”, disse. Nós vamos nos organizar para que todo o partido possa voltar os seus olhos e entender que é preciso lutar por uma sociedade inclusiva”, acrescentou.
Após os debates, que tiveram como tema principal o combate ao capacitismo, foi eleita a direção do Coletivo, que terá Marleide Nogueira como secretária de política; Adelmare Santana de finanças; Maira Cavalcante de formação; Felipe Barros de comunicação e Jailson Carvalho (Jailson Cadeirante) na secretaria de organização.
Militante comunista no PCdoB há cerca de 13 anos, Marleide é mãe de Igor Nogueira, um jovem autista de 28 anos que é campeão mundial de Jiu Jtsu (2018/2022). Ela falou da luta enfrentada cotidianamente e o que representa a criação do Coletivo.
“É uma luta árdua, é uma luta para reafirmação da nossa existência, é uma luta desumana, cruel e perversa. E a criação do Coletivo dentro do PCdoB é uma grande vitória. Significa construção coletiva, significa a desconstrução e a construção. Desconstruir mitos e construir algo coletivo observando primeiramente que são pessoas.
Para mim a criação do Coletivo tem um gosto de uma conquista inexplicável, dentro do meu partido, um partido humano, um partido acolhedor, um partido de lutas humanitárias”, afirmou Marleide.
Para Adelmare Santana (Júnior), que é cadeirante, possui tetraplegia parcial e atua como Coordenador do Núcleo de Paradesporto da Sudesb, a luta coletiva colabora na compreensão e visibilidade junto à sociedade. “A luta anticapacitista é extremamente importante pra gente dar força e visibilidade à pessoa com deficiência de modo geral e ela entender de certa forma o seu local na sociedade como um todo.”
Números importantes:
Segundo o IBGE, no Brasil cerca de 46 milhões de brasileiros (24% da população total) apresentam algum tipo de deficiência (auditiva, visual, motora, mental ou intelectual). No ranking das deficiências, a visual apresenta maior incidência, afetando 18,6% da população. Em seguida vem a motora, com 7%; a deficiência auditiva, 5,10%, e, por último, a deficiência mental ou intelectual, em 1,40%, segundo dados da Cartilha do Censo 2010 Pessoas com Deficiência. Em Salvador, são cerca de 700 mil pessoas com algum tipo de deficiência física, cerca de 24% da população.