Estamos diante de mais uma barbárie. As comunidades indígenas estão sendo invadidas e perseguidas, os direitos indígenas estão sendo violados e quase nada é feito para cessar o massacre e salvar as vidas do nosso povo originário. Em razão da impunidade e desprezo do poder público, assassinos se sentem à vontade para exterminar indígenas, usurpar suas terras e destruir suas culturas.
Sem motivos, de maneira covarde e sem possibilidade de reação, o jovem líder Vitor Braz de Souza, da Aldeia Pataxó Novos Guerreiros, município de Porto Seguro, foi brutalmente assassinado. O crime hediondo ocorreu porque a vítima solicitou apenas que os organizadores da “festa paredão” reduzissem o volume do som em respeito ao sossego dos idosos e moradores da comunidade.
Queremos que o criminoso e seus comparsas sejam presos e respondam na cadeia. Chega de impunidade, inércia e licença institucionais para matar indígenas. Os indígenas estão submetidos à pobreza, à miséria, ao racismo e à violência. Vitor morreu principalmente por essas condições, que deveriam ser enfrentadas e tratadas efetivamente pelos órgãos públicos com incumbência constitucional de promover o bem-estar e a dignidade humana da população indígena na Bahia.
Nos solidarizamos com os familiares de Vitor Braz, seus amigos(as), parentes e todas as comunidades indígenas atingidas com este episódio nefasto. Vitor Braz é nosso, morreu por nós e continuaremos lutando por nós e por ele.
Salvador, 14 de março de 2022
Alexandro Reis
Secretário Estadual do PCdoB de Combate ao Racismo
Cacique Aruã
Secretário Estadual do PCdoB de Questões Indígenas