O presidente do PCdoB-BA e secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Davidson Magalhães, recebeu, no segunda-feira (18), o embaixador da República Árabe Saaraui Democrática (RASD), Ahmed Malay. O objetivo da visita foi dialogar sobre as lutas históricas do povo saaraui e buscar apoio para o reconhecimento da RASD pelo governo brasileiro.
Ahmed Malay esteve acompanhado de representantes do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), que organiza uma missão de solidariedade ao povo árabe. “Parte do nosso território está ocupado pelo Marrocos. A nossa luta é semelhante à luta do povo palestino. Lutamos pelos mesmos direitos”, disse o embaixador, que agradeceu ao titular da Setre pela disponibilidade e abertura ao diálogo.
O secretário Davidson Magalhães, como presidente estadual do PCdoB, se colocou à disposição para colaborar. “Estamos solidários e conte com o nosso apoio”, afirmou, comprometendo-se a mediar um apoio formal da Federação Brasil da Esperança, formada por PCdoB, PT e PV, para o envio de uma carta ao governo brasileiro pedindo o reconhecimento da República de Saaraui.
Seis centrais sindicais já formalizaram apoio. Nesta segunda-feira, representações dos movimentos sociais, sindicais e de universidades vão se reunir para criar um comitê solidário ao Povo Saaraui. A Cebrapaz organiza uma comitiva formada por 35 pessoas do Brasil para visitar a RASD no fim do ano.
História
A República Árabe Saaraui é um estado parcialmente reconhecido, que reivindica soberania sobre o território do Saara Ocidental. A RASD é uma ex-colônia espanhola ocupada desde 1975 pelo Marrocos, que não reconhece a proclamação da República do Saaraui pela Frente Polisário em 1976. A Frente controla cerca de 25% do território. Desde então, vive em disputa com o governo central de Marrocos pela soberania na região.
A República Saaraui é conhecida por 80 países e é membro desde 1984 da União Africana , da qual Marrocos é o único país africano que não faz parte. A Organização das Nações Unidas (ONU) ainda não reconhece a RASD. O território é considerado um dos últimos não autônomos do mundo.