A deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) fez uma proposição à mesa diretora da Assembleia Legislativa do Estado (AL-BA) para conceder um título póstumo de cidadão baiano ao jornalista inglês Dom Philips, assassinado no último dia 5 de junho, na Amazônia, junto com o indigenista brasileiro Bruno Pereira. Para Olívia, a história de luta de Dom e o vínculo que ele tinha com a Bahia justificam a homenagem.
“A trajetória de Dom merece todo reconhecimento, especialmente na Bahia, onde morava e tinha estreita relação com jovens periféricos e seus sonhos de um futuro melhor. Ao lado da esposa, Alessandra Sampaio, ele alentou o ideal de um mundo sem desigualdades, com desenvolvimento sustentável e, principalmente, onde a humanidade pudesse respeitar e conviver com o meio ambiente”, destacou a deputada do PCdoB.
Símbolos da luta em defesa do meio ambiente e da resistência aos retrocessos das políticas ambientais no governo Bolsonaro, Dom Phillips e Bruno Pereira foram assassinados durante uma viagem pelo Vale do Javari, segunda maior terra indígena do Brasil, no extremo-oeste do Amazonas. Um mês após o crime, a polícia prendeu três suspeitos pelo envolvimento no duplo homicídio e outras cinco pessoas são investigadas pela ocultação dos corpos.
O jornalista era natural do condado de Merseyside, região onde fica a cidade de Liverpool, no noroeste inglês, e mudou-se para o Brasil em 2007. Além de jornalista, Dom também era professor de inglês, voluntário em um projeto de formação de jovens pobres da periferia de Salvador.
A carreira de Dom começou no jornalismo cultural e, ao chegar no Brasil, ele passou a ser colaborador de alguns dos mais importantes veículos de comunicação do mundo, como o Washington Post, o The New York Times e o Financial Times. Muitas das reportagens eram sobre as questões ambientais do país e os problemas enfrentados pela população indígena.