A deputada Olívia Santana (PC do B) protocolou, na Assembleia Legislativa, moção de aplausos aos 131 anos de Maria Escolástica da Conceição Nazareth, “nossa ancestral Mãe Menininha do Gantois”, comemorados no dia 10 de fevereiro deste ano.
No documento, a parlamentar ressaltou a trajetória de Mãe Menininha, nascida em Salvador, em 1894, “a quarta Ialorixá da história do Gantois, posto que ocupou por 64 anos. Um fato inédito a longevidade do comando desta ialorixá que marcou a história da Bahia”, afirmou.
A parlamentar lembrou a história de Mãe Menininha que assumiu o cargo em fevereiro de 1922, aos 28 anos no Ilé Iyá Omi Àse Iyamasé, conhecido popularmente como Terreiro do Gantois, “um espaço sagrado de longa expressão religiosa e notável santuário que mantém os costumes e os legados milenares dos povos Iorubá (Abeokutá), preservando o culto aos Orixás, seguindo uma tradição matriarcal com base na estrutura familiar de manutenção dos laços parentais”, salientou
MEMORIAL
A legisladora ainda destacou a existência de um memorial, integrado ao espaço sagrado do terreiro denominado pela comunidade religiosa e museólogos como Memorial Mãe Menininha. Na opinião da deputada, o espaço, que reúne mais de 500 peças referentes à história, objetos rituais, e pessoais, da líder religiosa de matriz africana na Bahia, precisa contar com o apoio do poder público, considerando seu valor cultural e memorial.
“O Memorial faz jus à figura legendária e visionária de Mãe Menininha, que sempre teve uma perspectiva de preservação do patrimônio imaterial, com seus ritos e idiossincrasias, assim como do aspecto material, deixando um acervo rico em peças civis e religiosas, num estilo característico de coleção aberta, dividida em três núcleos expositivos: o espaço da mulher, Maria Escolástica; o espaço da sacerdotisa, Mãe Menininha, e a ambientação do seu aposento”, colocou.
Por fim, Olívia parabenizou a firmeza, a luta e a ocupação do Terreiro Ilé Iyá Omi Àse Iyamasé no território do bairro da Federação, a referência no Brasil e no mundo pela memória viva, resistência e afirmação religiosa e cultural do povo de axé, pelos trabalhos sociais, pela ancestralidade e respeito a diversidade. “Mas, acima de tudo, por ser esse farol que segue nos guiando pelos caminhos que nos conecta à africanidade, que preza ao mesmo tempo pelo respeito às suas raízes e à diversidade religiosa de Salvador e toda a Bahia”, elogiou.