A deputada Olívia Santana propõe que a Praça do Reggae, situada no bairro do Pelourinho, em Salvador, seja denominada “Praça do Reggae Deputado Luiz Alberto”, em tributo ao ex-deputado federal, um dos fundadores do Movimento Negro Unificado (MNU), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do PT na Bahia, falecido em dezembro do ano passado. Para isto, a parlamentar ingressou com um projeto de lei na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) e espera poder contar com o apoio dos pares para homenagear o ex-legislador.
“Líder de firme convicção na luta antirracista, Luiz Alberto é um dos principais expoentes do movimento negro brasileiro da segunda metade do século XX até os dias atuais. Sua partida abriu uma lacuna e retirou, da linha de frente da luta, um guerreiro destemido, inteligente, hábil e confiável. Luiz se ausentou e seguiu a vida noutra dimensão desconhecida por nós. Mas a história plantada por ele continua viva, fluorescente, majestosa e vibrante, pois um guerreiro não morre, ele pede passagem para seu legado frutificar ainda mais forte e permanente”, escreveu a parlamentar.
Natural de Maragogipe – relata a legisladora – Luiz Alberto da Silva Santos iniciou sua militância política na capital baiana, onde foi vigilante e técnico químico da Petrobras. Congressista por cinco mandatos, contribuiu ativamente em diversas propostas para o movimento negro, como o que incluiu, no Livro dos Heróis da Pátria, os líderes da Revolta dos Alfaiates, a lei das Cotas Raciais e o Estatuto da Igualdade Racial. Segundo Olívia, Luiz Alberto foi o primeiro titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Bahia, além de ter ajudado a criar antes, no âmbito federal, a Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial.
Para a comunista o Luiz Alberto era uma liderança consolidada e diferenciada da população negra, presente nas principais lutas contra o racismo e as desigualdades, além de defensor radical da democracia e da liberdade. Olívia também o definiu como “o deputado dos quilombos da Bahia, o que melhor se dedicou e fez para o reconhecimento e titulação dos territórios quilombolas em nosso estado”.
A deputada lembrou, entre outras coisas, que ele foi a autor do primeiro encontro internacional de parlamentares negros, e, nos último anos, atuava como assessor da Secretaria estadual de Justiça e Direitos Humanos (SJDH). “Luiz figura, para o movimento antirracista da Bahia e do Brasil, na grandeza de um estadista negro reconhecido nacional e internacionalmente, e seu legado permanecerá ainda produzindo frutos para as novas gerações”, afirmou Olívia Santana.