Notícia

Morte prematura de Rilza Valentim por anemia falciforme serve de alerta

25 julho, 2014

A notícia da morte da prefeita de São Francisco do Conde, Rilza Valentim, aos 51 anos, acometida pela anemia falciforme, deixou a Bahia comovida. Não só os parlamentares, mas todos os cidadãos. A perda prematura de um importante quadro da política no estado, em decorrência de complicações desta doença, merece a atenção do poder público.

A anemia falciforme é uma doença hereditária, que causa má formação das hemácias e provoca complicações em praticamente todos os órgãos do corpo, e atinge, especialmente, a população afrodescendente. Congênita, a patologia piora ao longo do tempo, reduzindo a expectativa de vida do paciente para uma média de 40 anos.

No Brasil, a proporção é de uma a cada mil pessoas. Na Bahia, onde o contingente de negros é maior, a doença atinge um em cada 650 indivíduos nascidos vivos. Principalmente no Recôncavo Baiano, cuja maioria é negra. O problema é que muitas pessoas desenvolvem a doença – silenciosa e letal -, mas não têm o diagnóstico e não tratam. Por isso, é preciso criar políticas públicas para favorecer os portadores da anemia falciforme. Para tentar, pelo menos, ampliar o tempo de vida dessas pessoas.

A prefeita

Rilza se destacou no cenário baiano não só pelas mudanças que promoveu na cidade de São Francisco do Conde, onde fora reeleita ao posto de prefeita em 2012, com 76% da aprovação dos são franciscanos. Mas também, pela força que demonstrou ao longo de sua carreira política.

Mulher negra, uma das poucas a ocupar espaço no poder, Rilza Valentim provou o compromisso com a promoção da igualdade e fez uma série de políticas públicas para melhorar a situação da população. Ao assumir o cargo, demonstrou que era uma mulher de realizações, fazendo articulações internacionais. Exemplo disso, foi a implantação de uma unidade da Unilab (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira) na cidade, o campus Malês, inaugurado no final do semestre passado.

Para Olívia Santana, presidente do Diretório Municipal do PCdoB em Salvador, é uma grande perda. “Foi um baque. Rilza era um ser especial. Uma parlamentar destacada. Menos um soldado na nossa luta”.

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