Na noite de ontem (20), no Teatro Castro Alves (TCA), aconteceu o lançamento do livro ‘Arte, política cultural e cidadania’, de Javier Alfaya, secretário de Cultura do PCdoB-BA. Além da venda do livro e da sessão de autógrafos, o evento foi marcado por apresentações artísticas que deram o caráter de se tratar de um ato político-cultural, como bem pontuou o autor a respeito também de sua obra.
“O livro acaba sendo uma resposta à vulgaridade, à violência, à censura, à cultura da brutalidade que estamos vivendo no país. Através dessa abordagem variada, eclética, tudo conflui pra uma democratização do fazer cultural, do fazer artístico. A arte como um direito de todo mundo, não apenas para os iniciados que entendem, supostamente, de alguma arte, de outra arte. É algo que a gente tem que aprender a vivenciar e fazer desde a creche até o fim da vida”, declarou Javier.
O autor distinguiu ainda o que é cultura e o que é arte, assim como salientou a importância dessa última para a transformação política. “A cultura, eu entendo como um direito social, e a arte como a parte fundamental da cultura, porque é a parte mais instigante, mais criativa, mais provocadora, aquela que provoca uma transformação maior, mais profunda. Porque a arte, através da estética, da criação, da emoção, faz um tipo de transformação que a política não faz. Arte e política andam juntas, não são a mesma coisa, mas, para termos uma transformação política verdadeira profunda, não vai se alcançar isso sem uma cultura democrática, avançada, densa, rica, e sem uma arte que seja fruto da liberdade de criação”, afirmou o secretário.
O encontro contou com apresentações de um Comitê Poético, formado por Nilo Mota, Rosana Tambori, Silene Canda e Washington de Jesus, que teve participação especial de Janete Oliveira; seguido por Vladimir Bomfim no violão, Rita Carneiro na dança, Douglas Almeida na recitação de poema, da cantora Vívian Caroline acompanhada por Romildo Pitanga no violão, e da cantora Charize, que finalizou a noite. Marcaram presença no lançamento figuras do PCdoB-BA como Geraldo Galindo, vice-presidente do Partido, a deputada estadual Olívia Santana, Julieta Palmeira, secretária da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), e Álvaro Gomes, presidente do IAPAZ – Instituto de Estudo e Ação pela Paz com Justiça Social.
A obra, editada pela Fundação Mauricio Grabois e pela Editora Anita Garibaldi, trata sobre a vida e obra de artistas como Grande Otelo, Adoniran Barbosa, Sérgio Ricardo, Tiago de Mello, Jorge Mautner, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Luiz Gonzaga, Mário de Andrade, Ariana Suassuna, além da pintura de Portinari, da literatura de Jorge Amado e de Miguel de Cervantes.
Além de textos de Javier Alfaya, o livro reúne ainda escritos de mais 23 autoras e autores, como da deputada federal Jandira Feghali, liderança parlamentar na área da cultura, Manoel Rangel, ex-presidente da ANCINE – Agência Nacional do Cinema, Manuela d’Ávila, ex-deputada federal, escritora, jornalista e especialista em comunicação nas redes, Alexandre Santini, titular da Secretaria das Culturas de Niterói, referência em gestão pública, Fábio Palácio, professor de semiótica da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), entre outros.
“O livro é uma coletânea de companheiros e companheiras, na grande maioria do PCdoB. É um livro que expressa muito a militância e o estudo, porque as pessoas que escreveram são todas estudiosas, são jornalistas, pesquisadores, então é uma combinação que nem sempre a gente acha. A gente acha muitos textos acadêmicos, de grande brilho, mas a gente não acha muito um texto que seja uma mescla do estudo aprofundado, do conhecimento, e da práxis, da prática da ação cultural”, contou Javier Alfaya.
Javier Alfaya. Foto: Daniel Pita.
