A deputada estadual Olívia Santana está em Paris, na França, para o lançamento internacional do seu primeiro livro, Mulher Preta na Política, pela editora Malê. O evento aconteceu às 18h30, na Fundação Jean Jaurès. Olívia já havia lançado seu livro em Brasília, Rio de Janeiro e Salvador.
“Foi uma experiência linda! Irmãs e irmãos franco-brasileiros, gente da Guiné, de Portugal e da Alemanha que apareceram para me ouvir falar sobre a pauta do empoderamento das mulheres negras, apresentando o meu livro Mulher Preta na Política”, disse Olívia após exposição.
Em seu livro, a parlamentar baiana fala sobre sobre a invisibilidade da mulher negra, os principais desafios e transformações que só são possíveis através da luta política. Mas acrescenta que muito ainda precisa ser dito.
“Mudam os países, mas a necessidade de nos juntarmos, fortalecendo nossos laços para o enfrentamento ao racismo, ao sexismo e às desigualdades sociais permanece sendo a estratégia mais vigorosa para alcançarmos vitórias para além das fronteiras. Somos potências espalhadas pelo mundo”, afirmou, contando ainda que uma mãe, aflita, pediu para que ela gravasse um vídeo encorajando sua filha, pré-adolescente, que tem enfrentado situações de racismo na escola.
Primeira deputada preta eleita na Assembleia Legislativa da Bahia, onde exerce o segundo mandato, Olívia ingressou no poder legislativo aos 37 anos, quando foi eleita vereadora de Salvador, em 2003. Foi Secretária de Educação e Cultura de Salvador, e pelo Estado da Bahia, atuou nas Secretarias de Política para Mulheres e de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte.
Em 1988, ano em que a Constituição Federal foi aprovada como um novo marco democrático no Brasil, Olívia se elegia vice-presidenta do Diretório Acadêmico de Pedagogia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Foi na Faculdade de Educação que se encantou pela pedagogia do oprimido de Paulo Freire, que acessou os estudos marxistas sobre a estrutura das classes e também, a partir da experiência universitária, conheceu organizações partidárias e dos movimentos negros e de mulheres. “Imaginem o que faz uma universidade na cabeça de uma faxineira, favelada e inquieta”, escreve na introdução do livro.