Dirigentes de entidades representativas dos jornalistas baianos se reuniram, na última quinta-feira (28/8), com o secretário estadual da Segurança Pública, Maurício Barbosa, para denunciar a atuação de policiais na relação com a imprensa. Sugerida pelo Conselho de Comunicação Social do Estado, a reunião foi acompanhada também pela secretária de Comunicação Social, Marlupe Caldas.
O encontro ocorreu na Secretaria da Segurança Pública (SSP), em Salvador, com a participação da presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), Marjorie Moura, e do presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), Walter Pinheiro. Após ouvir os representantes dos jornalistas, Barbosa divulgou algumas ações da pasta na preservação do trabalho dos profissionais de comunicação e para a garantia da liberdade de imprensa.
“Para adotarmos medidas mais efetivas contra condutas indevidas é preciso que as vítimas formalizem as denúncias”, disse o secretário, através da assessoria. De acordo com ele, depoimentos e a colaboração para busca de provas são indispensáveis para o encaminhamento de um inquérito policial coeso à Justiça.
Recentemente, jornalistas dos jornais Correio e A Tarde sofreram tentativa de de intimidação, por conta da cobertura do desaparecimento de Geovane Mascarenhas, 22 anos. O jovem foi visto pela última vez ao ser filmado quando era agredido e colocado em uma viatura por policiais militares da Companhia de Rondas Especiais Baía de Todos os Santos (Rondesp/BTS).
No jornal Correio, os profissionais receberam telefonemas de dois homens que se identificaram como policiais militares e que parabenizaram pela reportagem, mas alertaram que “todos deveriam ter muito cuidado porque a tropa está com sangue no olho”. Fonte de um jornalista também alertou que “a tropa está muito revoltada e era preciso cautela”.
Um dos jornalistas recebeu solicitação para que se identificasse durante entrevista coletiva concedida pelas autoridades policiais, na última sexta-feira (15), e foi surpreendido com a declaração de que “é muito bom saber quem escreve sobre a gente”.
*Colaborou Secom/BA e Sinjorba