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Família de Colombiano e Catarina volta a cobrar justiça 12 anos após o crime

27 junho, 2022

Foto: Arquivo

 

A família e os amigos do casal Paulo Colombiano e Catarina Galindo, assassinado em 2010, promovem, na quarta-feira (29/06), um ato para lembrar os 12 anos do crime e denunciar a impunidade dos acusados pelo duplo assassinato que chocou a Bahia. Como nos anos anteriores, o protesto acontece em frente ao Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, a partir das 9 horas.

Nesses 12 anos, as pessoas próximas das vítimas têm denunciado a morosidade do sistema de justiça, o que, para elas, tem significado seletividade penal e impunidade. A autoria dos crimes, descoberta pela polícia em 2012, é atribuída ao empresário e oficial aposentado da Polícia Militar Claudomiro César Ferreira Santana, e ao seu irmão, o médico Cássio Antônio, apontados como mandantes.

Segundo as investigações, os dois irmãos, integrantes de famílias privilegiadas da capital baiana, encomendaram o duplo assassinato aos funcionários dos dois, Adaílton de Jesus, Edilson Araújo e Wagner Lopes, que seriam os executores. Na decisão de primeira instância, Cássio Antônio chegou a ser retirado do processo, mas a acusação recorreu da decisão.

Cassio e Claudomiro eram proprietários da MasterMed, empresa do ramo de plano de saúde que tinha um contrato com o Sindicato dos Rodoviários, onde Paulo Colombiano era tesoureiro. O processo tem revelado que as mortes foram planejadas depois que Colombiano descobriu uma fraude milionária na prestação de serviços ao sindicato e atuava para que providências fossem tomadas.

O assassinato aconteceu quando Colombiano voltava para casa, localizada no bairro de Brotas, depois de ter buscado no trabalho a esposa Catarina, que era funcionária e militante do Comitê Estadual do PCdoB na Bahia. Imediatamente, o caso ganhou repercussão na imprensa do estado, principalmente pela forma com que se deu a brutal execução do casal: à luz do dia e em uma das avenidas mais movimentadas de Salvador.

Processo
O caso já tinha chegado à segunda instância do Judiciário, mas sofreu um revés em 2017, quando desembargadores da 2ª Turma da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) devolveram a sentença proferida em primeiro grau, que levava a júri popular os acusados. A alegação foi de que o primeiro juiz usou de ‘excessos de linguagem’ ao proferir a sentença.

Com a decisão, o processo deverá ter uma nova sentença de primeira instância, para a ‘adequação da linguagem’, mas só depois que forem apreciados todos recursos que a defesa apresentou aos tribunais de Brasília, com o objetivo de absolver os acusados. Um desses recursos foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 2020, mas os réus recorreram de novo.

A última movimentação no caso aconteceu em outubro do ano passado, quando o Ministério Público protocolou um requerimento para que fosse tomada uma decisão sobre o caso. Há quase um ano, o processo segue paralisado.

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