A criação de uma ampla rede de comunicadores é um dos principais objetivos do 3º Encontro Nacional de Comunicação da CTB iniciado na tarde desta sexta-feira (30/5), em Salvador. Logo na mesa de abertura, o presidente Adilson Araújo e a secretária de Comunicação, Raimunda Gomes, ressaltaram a importância de unir as forças dos sindicatos e seções estaduais da Central para ampliar o alcance das ideias da CTB junto a toda a sociedade.
As bases para esta rede serão discutidas na manhã de sábado durante a apresentação do planejamento de comunicação da Central e da construção de um plano de ações, que inclui o uso de todas as ferramentas possíveis para alcançar o maior número possível de pessoas.
A primeira mesa de debate foi liderada pelo jornalista e presidente do Centro de Mídias Alternativas Barão de Itararé, Altamiro Borges, que conclamou os participantes a começar a discutir a comunicação sindical como um instrumento de enfrentamento da luta de ideias em contraponto ao discurso da grande mídia. “Para isso, as entidades sindicais precisam aprender a dialogar com a juventude que é a grande massa de trabalhadores no Brasil atualmente. Para tanto, é preciso usar as novas linguagens e ferramentas, como a internet”.
Borges lembrou a dificuldade de criar uma rede de comunicadores sindical, mesmo com cerca de 30 mil profissionais atuando na área em todo o Brasil. Para ele, o grande problema é que cada um atua em defesa das bandeiras de luta daquela categoria, sem se envolver com o debate das questões mais amplas da sociedade, como a democratização da comunicação.
“Nós temos que unir as nossas forças, mas também superar o desafio de criar e fortalecer os nossos próprios instrumentos de comunicação, já que dificilmente vamos conseguir democratizar a grande mídia. Isso não quer dizer que não vamos lutar por isso. Vamos continuar buscando os mecanismos para democratizar os meios através da criação de marcos regulatórios, como se faz em vários países do mundo”, disse Altamiro Borges.
Mídia étnica
A primeira mesa de debate contou também com a palestra do diretor Executivo do Instituto Mídia Étnica e editor do Correio Nagô, Paulo Rogério, que falou da forma como os meios de comunicação retrata os negros e os mais pobres no Brasil, tomando como exemplo as telenovelas e os programas policiais. Rogério mostrou ainda o exemplo de outros países, nos quais há espaço para as rádios e tvs comunitárias, que contam com financiamento governamental. A tarde contou também com uma oficina de mídias sociais e a apresentação do novo projeto gráfico da revista Visão Classista.
Fonte: CTB Bahia
Foto: Manoel Porto