Na tarde desta quarta-feira (20/8), foi realizado ato em frente à Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), no centro de Salvador, que pediu o fim da violência contra jovens negros da periferia. Na ocasião, os presentes cobraram a expulsão dos policiais militares da Corporação, que são acusados de assassinar e esquartejar Geovane Mascarenhas, desaparecido após uma abordagem policial.
Munido de um carro de som, cartazes e faixas, o grupo, formado principalmente por jovens estudantes, utilizou a visibilidade da manifestação para divulgar os crimes ocorridos e as injustiças sofridas pelos mais carentes em Salvador. Ao final do ato, um cruz foi colocada na entrada da SSP, representando os jovens negros mortos esse ano em Salvador.
De acordo com Marianna Dias, presidenta da União dos Estudantes da Bahia (UEB), a juventude se preocupa com a segurança pública oferecida aos baianos. “Viemos pedir para que acabem com o extermínio dos jovens negros. Queremos uma polícia que proteja, verdadeiramente, os cidadãos. Queremos também que a morte de Geovane seja investigada”.
Presidente da União da Juventude Socialista (UJS) na Bahia, Luciano Marques declarou que “a polícia precisa investigar e cuidar da segurança do povo. Esse movimento da Unegro e UJS é para mostrar que somos vários ‘Geovanes’ pelos bairros pobres de Salvador”.
O ato também provocou a retomada do debate sobre a desmilitarização da polícia militar, seguida da necessidade de os policiais responderem na justiça comum e não só com processos internos, para que sejam punidos e responsabilizados pelos crimes que cometem.
Integrante do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), Uelber Cardosoafirmou que os jovens não admitem mais serem alvos da violência. “Não compactaremos com essa limpeza social e racial que vem acontecendo em Salvador. Viemos mostrar o que está acontecendo na periferia.”
Promovida pela UJS e pela Unegro, a manifestação contou com a participação de diversas entidades estudantis, a exemplo do DCE-UFBA, União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Associação Baiana Estudantil Secundarista (Abes), entre outros.
No último domingo (17/8), foi realizada uma passeata no bairro de Sussuarana, em Salvador, para chamar a atenção da sociedade e incorporar pessoas à luta contra esse tipo de crime.