O Partido Comunista do Brasil na Bahia realizou, no último dia 15 de julho, sábado, a 1ª Conferência Estadual de Combate ao Racismo – Por um Projeto Nacional de Desenvolvimento, antirracista e democrático. O encontro na Bahia, que aconteceu virtualmente, reuniu cerca de 150 pessoas mobilizadas pela luta antirracista, preparando o partido para o evento Nacional, a ser realizado nos dias 4, 5 e 12 de agosto em Salvador.
O evento fez parte de uma série de conferências estaduais, municipais e plenárias de base, junto à militância e dirigentes do PCdoB. Na Bahia, foram mobilizados 23 municípios, de onde saíram 122 delegados (as): dois natos; 20 indígenas e 100 pessoas do público geral, especialmente militantes da luta antirracista.
Para o secretário Estadual de Combate ao Racismo do partido, Alexandro Reis, o debate é uma forma de envolver todo o partido no comprometimento com a luta antirracista. “O processo de construção e mobilização da conferência não foi fácil, mas os resultados são positivos e aumentam a responsabilidade do partido na linha de contribuir com a produção teórica e com a ação prática para eliminar o racismo”, conta Alexandro. “Queremos uma partido vivo, engajado e na linha de frente da batalha contra todas as formas de racismo”, continua.
No início do encontro da manhã de sábado, o vice-presidente da Unegro, Edson França, fez uma breve apresentação sobre a luta antirracista com o posicionamento do PCdoB, e apresentou o documento base da Conferência Nacional, com 75 pontos sobre a questão antirracista, para que fosse debatido entre os cerca de 150 participantes.
O documento lembra a importância de aproveitar o novo contexto político aberto com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022. “É neste novo contexto que o PCdoB pauta a Conferência Nacional de Combate ao Racismo, a partir de uma visão estratégica de elevar ainda mais o antirracismo como parte constituinte e destacada de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento”, aponta o documento.
Representando Luciana Santos, ministra da Ciência e Tecnologia, Carlos Lopes abriu o evento. “O racismo foi uma forma de legitimar a escravidão. O que sustenta o racismo é o imperialismo”, afirmou, dando o tom do evento. A fala foi corroborada pelo Cacique Aruã, liderança indígena do PCdoB-BA e coordenador regional da Funai, que acrescentou: “Vários indígenas foram assinados no sul da Bahia. Isso é uma preocupação grande. O agronegócio está confinando cada vez mais os indígenas em pequenos espaços”.
A secretária nacional de Combate ao Racismo do PCdoB e primeira deputada estadual negra da Bahia, Olívia Santana, também fez um panorama sobre os desafios para enfrentamento do racismo e o papel estratégico da luta antirracista. “Não podemos construir o socialismo sem entender que o partido centenário sem entender que são 135 de abolição”, disse Olívia, que é organizadora do encontro nacional, e também lembrou que o PCdoB é o primeiro partido a oficializar uma conferência cujo o tema é o antirracismo. Ela também agradeceu a bancada federal e estadual baiana que colaboraram na mobilização da militância.
Também estiveram presente o presidente estadual do PCdoB-BA, Davidson Magalhães, Javier Alfaya, secretário de Cultura do PCdoB-BA, a deputada federal Alice Portugal e as vereadoras Luciana e Juci Cardoso, de Lauro de Freitas e Alagoinhas, respectivamente.