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Capoeiristas realizam berimbalada em frente à 6ª Conferência da Diáspora Africana em Salvador

30 agosto, 2024

Um grupo de capoeiristas baianos, representados pelo movimento Capoeira em Movimento, realizou uma berimbalada em frente ao Centro de Convenções, local onde acontece a 6ª Conferência da Diáspora Africana nas Américas, entre os dias 29 e 31 de agosto. A manifestação buscou chamar a atenção para a importância do reconhecimento da capoeira como um elemento essencial da identidade cultural do povo negro baiano e criticar a falta de ações concretas do prefeito de Salvador em relação ao tema.

Jurandir Santana, presidente do PCdoB de Salvador e representante do grupo Capoeira em Movimento, criticou a falta de reconhecimento da capoeira por parte das autoridades municipais. “Nada melhor do que, no momento em que acontece a conferência sobre as diásporas africanas aqui no Brasil, em Salvador, marcarmos presença chamando a atenção para o fato de que o maior estado negro fora da África, a maior cidade negra fora da África, ainda não reconhece a capoeira como elemento de identidade cultural do nosso povo”, declarou.

Santana também apontou para a falta de coerência do prefeito de Salvador, que vetou a lei Moa do Catendê, destinada a reconhecer a capoeira como patrimônio cultural oficial da cidade. “Ao mesmo tempo que criticamos, cobramos coerência daquele que se diz capoeirista. Esse ato tem duplo significado: chamar a atenção da sociedade para a necessidade de reconhecer efetivamente a capoeira como elemento da identidade cultural do nosso povo”, completou.

A berimbalada busca ser um símbolo de resistência e uma manifestação cultural significativa, ecoando a importância da valorização da cultura afro-brasileira em um contexto de diálogos e conexões com a África e suas diásporas.

Conferência da Diáspora Africana

A Conferência, organizada pela União Africana e pelo Governo do Togo, em parceria com o governo federal e o Governo da Bahia, tem como principal objetivo fortalecer as conexões entre a África e suas diásporas nas Américas. O evento reunirá líderes de países africanos, diplomatas e representantes de organizações internacionais para debater temas ligados à herança cultural africana e ao papel das diásporas na construção de sociedades inclusivas.

A titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Ângela Guimarães, ressaltou a importância do Brasil e, especialmente, da Bahia na preservação do legado africano. Segundo Guimarães, a Conferência é uma oportunidade de reflexão e de diálogo sobre o papel da cultura afrodescendente na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. “Sediar essa Conferência também é uma forma de reconhecimento do Brasil como o maior país da diáspora e da Bahia como o estado que mais preservou essa herança cultural”, afirmou.

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