O vereador e ouvidor-geral da Câmara Municipal de Salvador (CMS), Augusto Vasconcelos (PCdoB), ressaltou a necessidade e a importância da presença de tradutores-intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais) durante as sessões realizadas no Plenário Cosme de Farias e em demais estruturas do legislativo soteropolitano. A falta desses profissionais foi sentida durante a Tribuna Popular da sessão ordinária da última segunda-feira (03), durante a participação do Sr. José Tadeu, representante da entidade 4 Surdos.
José Tadeu, pessoa surda que nasceu ouvinte e, além de ativista da causa, é professor de Libras, destacou que “a barreira da comunicação dificulta a vida das pessoas surdas”. O orador defendeu ainda a adoção de Libras nas escolas e em todas as instituições, como forma de integrar mais pessoas na sociedade.
Augusto, que já apresentou 12 projetos relacionados à pauta das pessoas com deficiência, recordou que possui um projeto que institui a adoção da Língua Brasileira de Sinais nas escolas da capital. O vereador solicitou a colaboração dos colegas para uma aprovação unânime do projeto e sugeriu a abertura de um concurso público para a contratação de profissionais de Libras, a fim de que atuem na Câmara Municipal, promovendo maior acessibilidade e inclusão das pessoas surdas nas pautas discutidas pela Casa.
“Acredito, inclusive, que devemos ter profissionais concursados, contratados pela Câmara Municipal de Salvador, para promover, não só quando alguém com surdez venha falar aqui na tribuna, mas em todos os momentos, fundamental um intérprete de Libras em todas as sessões aqui da Câmara Municipal”, ressaltou ele.
Entre os projetos apresentados pelo vereador, está em trâmite na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal o Projeto de Lei (PL) nº 322/2023, que dispõe sobre o reconhecimento da surdez unilateral como deficiência. O PL visa a promoção da participação das pessoas com perda auditiva unilateral no Estatuto da Pessoa com Deficiência, buscando garantir o acesso a direitos e políticas públicas pertinentes às pessoas com deficiência, sobretudo no âmbito da cidade de Salvador.
“Inclusão e efetividade de direitos: é isso que nós lutamos ao lado desse conjunto de coletivos das pessoas surdas”, afirmou Augusto.