O vereador e ouvidor-geral da Câmara Municipal de Salvador (CMS), Augusto Vasconcellos (PCdoB) cobrou explicações, na última quarta-feira (16), da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur), sobre a possível construção de três torres de 18 andares próximo à praia do Buracão, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. Segundo o vereador, em sua fala na sessão ordinária da Câmara, a altura dos empreendimentos vai causar sombras na faixa de areia da praia, contribuindo para a proliferação de doenças.
“A população de Salvador está bastante preocupada para saber se é verdade, que a Sedur autorizou a construção de três torres de 18 andares na praia do Buracão. A praia do Buracão é uma das praias mais frequentadas da nossa cidade, um dos poucos lugares que ainda resguarda uma parcela importante da natureza, com uma vida de orla marítima com a presença importante de diversas pessoas de vários bairros da cidade, que pode ser completamente sombreada, se forem erguidos esses edifícios”, disse o vereador durante discurso na Câmara Municipal de Salvador.
Além de infringir o Plano Diretor da cidade, o vereador também apontou que o empreendimento pode violar a legislação ambiental. “Vale dizer que o sombreamento da praia pode ocasionar, inclusive, a proliferação de doenças cujas bactérias são mortas pela ação solar. Imagine uma praia sombreada, uma pequena faixa de areia. A praia do Buracão não é grande, é uma praia pequena, que se erguer um prédio já traz problemas, imagine três torres de 18 andares. A quem interessa isso?”, questionou o edil.
Entenda
A movimento S.O.S Buracão, formado por moradores e frequentadores do local, criou uma campanha contra a construção de três torres de 18 andares próximo à praia do Buracão. Através de uma página nas redes sociais, o movimento denuncia os possíveis danos ao meio ambiente que serão causados pelas obras, através de projeções. O sombreamento representaria infrações ao Plano Diretor de Salvador, aos parâmetros ambientais e colocaria em risco a balneabilidade da praia, devido a proliferação de bactérias que são controladas pela luz do sol.
A Sedur, no entanto, nega a informação. Segundo a secretaria, “não há nenhum projeto multiresidencial aprovado para área em questão”. A pasta não deu mais detalhes sobre as denúncias feitas pelo S.O.S Buracão e não comentou a cobrança feita pelo vereador Augusto Vasconcelos.