Adentramos no mês do Orgulho LGBTQIANP+, e apesar dos avanços significativos, o Brasil continua configurando entre os países que mais mata pessoas LGBTQIANP+ no mundo inteiro, fruto de uma política de extermínio construída desde a invasão do Brasil no ano de 1500.
Segundo o Grupo Gay da Bahia, a cada 24 horas um LGBTQIANP + é assassinade no país. Só no ano de 2023, foram assassinades por crime de ódio 257 pessoas. A população trans e travestis são as maiores vítimas da violência social na qual são sentenciades pela total falta de acesso a serviços essenciais.
Segundo um estudo produzido pela Rede Trans Brasil, por falta de oportunidade no mercado de trabalho, mesmo conquistando o segundo grau, graduação, pós- graduação, mestrado e até doutorado, 90% das travestis e transexuais sobrevivem exclusivamente da prostituição compulsória e a estimativa de vida do segmento é de no máximo 35 anos.
As que conseguem sobreviver, são sentenciadas a viver numa eterna e dolorosa solidão, sem direito ao afeto, são deixadas as margens pelos familiares que deveriam ser os principais garantidores de proteção. Fruto de uma sociedade que não consegue enxergar pessoas transexuais e travestis como pertencentes da diversidade brasileira.
Infelizmente o fomento as violências pela total falta de leis que amparem essa população ajuda a aumentar os dados estatísticos de suicídio das pessoas trans que são configuradas no topo da discriminação. Diferente da cisgeneridade, o segmento vive em situação de eterno adoecimento pelas violências a qual são submetidas diariamente.
O sufocamento social é considerado uma das piores violências contra qualquer grupo, por que vai eliminando de forma rotineira e estratégica a dignidade dos segmentos, construindo aprisionamentos mentais que vão dificultando a inserção dessa população ao convívio social.
A partir de algumas gambiarras (decretos, ações pontuais e decisões judiciais) disfarçadas de conquistas de políticas públicas, em destaque: o casamento homoafetivo; utilização do nome social nos exames do Enem; cotas para travestis e transexuais nas unidades de ensino superior e acesso as cirurgias de redesignação sexual, trás um sentimento de esperança para as futuras gerações que vêem em parlamentares como Érica Hilton, Duda Salabert e Dani Balbi uma luz no fim do túnel para estancar todas as discriminações por orientação sexual e identidade de gênero.
*Paulett Furacão é ativista LGBTQIAPN+, estudante de Pedagogia da UFBA e poetisa. O artigo foi publicado no site Bahia Notícias, dia 07 de junho de 2024