A deputados federais Alice Portugal e Daniel Almeida utilizaram suas redes sociais usou para defender o padre Júlio Lancellotti, da Arquidiocese de São Paulo. O líder religioso é alvo de investigaçãona Câmara Municipal da capital paulista. As publicações foram feitas na última quarta (3), quando o caso ganhou grande repercussão.

“Estão armando uma CPI contra o Padre Júlio (@pejulio), na Assembleia Legislativa em São Paulo. A luta contra a arquitetura hostil e a solidariedade com as pessoas em condição de rua, irritam muita gente, desagrada a elite, incomoda os que estratificam a sociedade”, escreveu na rede social ao compartilhar um card com uma ilustração do padre e a frase “Protejam o padre Júlio Lancellotti”. A parlamentar também escreveu: “O humanismo decididamente não é o forte desses cidadãos de bem.”

Daniel Almeida, através de seu Instagram, chamou de “lamentável” a notícia sobre a CPI e acrescentou: “É pura perseguição política por sua atuação social e puramente cristã.

Júlio tem uma vida dedicada em acolher e amparar pessoas em vulnerabilidade social. Um trabalho incrível de amor e cuidado com aqueles que mais precisam. Me solidarizo a Júlio e me somo à luta de todos que se mobilizam para defendê-lo. Estamos com você, Padre!”.

Entenda:

A pedido do vereador Rubinho Nunes (União), um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), a Câmara vai abrir uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), similar a uma CPI, para investigar Organizações Não Governamentais (ONGs) que trabalham com pessoas em situação de rua tendo, inclusive, como um dos alvos o padre. A solicitação contou com as 24 assinaturas necessárias dos edis.

Rubinho declarou que pretende focar a investigação na atuação das ONGs Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecida como Bompar, e o coletivo Craco Resiste. As duas entidades atuam junto à população em situação de rua e dependentes químicos da região central de São Paulo, principalmente na cracolândia.

A ONG Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto é uma entidade filantrópica ligada à igreja católica da qual o padre Júlio já foi conselheiro. O coletivo Craco Resiste atua contra a violência policial na região da cracolândia.