Mais um caso de racismo e intolerância religiosa abala a comunidade baiana em pleno Mês da Consciência Negra. A professora Sueli Santana, da Escola Municipal Rural Boa União, em Abrantes, Camaçari, foi agredida fisicamente e verbalmente por três alunos, de uma mesma família, por racismo e intolerância religiosa. Ekedi do Terreiro Lembarocy, ela foi apedrejada e chamada de “satanás” por dar aula, numa sexta-feira, vestida de branco e usando guias de orixás, tradição na sua religião. “Episódios como este só evidenciam ainda mais a importância da obrigatoriedade da Lei 10.639/2003, que incluiu o ensino da história e cultura afro-brasileira nos currículos escolares”, alertou a vereadora eleita Aladilce Souza (PCdoB), cobrando da prefeitura de Camaçari e do Ministério Público apuração rigorosa do crime.
Ela lembra que racismo é crime inafiançável e que a professora Sueli registrou queixa no Ministério Público do Estado (MPE). Segundo Aladilce, é absurdo, e tão grave quanto, que a única atitude da Secretaria Municipal da Educação tenha sido recomendar que a professora suspendesse a utilização do livro “ABC Afro Brasileiro” nas aulas.