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Aladilce chama de “traição” pacote de projetos do Executivo municipal

1 novembro, 2024

Atenta às votações que estão acontecendo na Câmara Municipal, a vereadora eleita Aladilce Souza (PCdoB), que em janeiro assume seu quinto mandato, classificou como uma “traição” os projetos aprovados na sessão da última quarta-feira (30). “O prefeito Bruno Reis foi reeleito com o discurso de melhorar a vida das pessoas e não esperou nem esfriar os ânimos das eleições, dando esse ´presente´ à população, com aumento de ISS sobre serviços de saúde, reajuste de IPTU e COSIP, sem a necessária discussão e sem transparência”, comentou.

Segundo ela, que nos mandatos anteriores participou como titular das principais comissões temáticas da Casa, como as de Constituição e Justiça e de Finanças e Orçamento, o Executivo traiu a confiança dos eleitores ao passar o “rolo compressor” e aprovar vários projetos de interesse da cidade sem abrir um processo participativo de discussão, sem acatar emendas da bancada da oposição.

Revisão do IPTU

“Há uma distância muito grande entre a Salvador que temos hoje e a que queremos. E isso precisa ser debatido abertamente. Toda cidadã ou cidadão desta cidade tem o direito de saber quais as bases para um reajuste de IPTU como esse aprovado ontem, mesmo que levando em conta a variação anual do IPCA”, observou Aladilce. Ela defende, por exemplo, uma revisão total na regulamentação do IPTU, “para corrigir graves distorções, como unidades imobiliárias no mesmo condomínio pagando valores muito diferentes”.

A vereadora eleita, que é dirigente do Sindsaúde-Ba, chamou atenção para o fato dos projetos terem sido enviados ao Legislativo em bloco, na última sexta-feira (25), e em três dias úteis serem colocados em votação. “Não entendo essa pressa, esse desespero para votar matérias tributárias, que mexem com a vida das pessoas, a exemplo da elevação das alíquotas do ISS sobre serviços médicos. Com isso, os planos de saúde, que já cobram valores exorbitantes, certamente repassarão aos segurados esse reajuste de 2% para 5%”, alertou Aladilce, ressaltando que a cobertura da atenção básica de saúde na capital baiana é considerada muito insuficiente, além da dificuldade que as pessoas encontram para marcar consultas médicas e exames.

Aladilce questionou, também, a “péssima situação da educação municipal”, frisando que a promessa do prefeito de elevar a oferta de creches não foi cumprida na primeira gestão. “Não temos nem metade da demanda por creches atendida, o que é gravíssimo para uma cidade que tem as mulheres como maioria no mercado de trabalho, sobretudo nas áreas de comércio e serviços, sem falar nos empregos domésticos onde elas dominam. E não podemos ignorar que Salvador lidera tristes indicadores sociais, como o de mães-solo. A oferta de creches é fundamental para que essas mulheres possam trabalhar com tranquilidade, sabendo que seus filhos estão em segurança”, denunciou.

Outro indicador é dessa “falta de prioridade com a educação”, segundo ela, é a baixa oferta de tempo integral para a educação infantil. Segundo dados da própria prefeitura, a rede municipal chegou esse ano a 61% de cobertura, contando com vagas em escolas parceiras.

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